“LAGOA FORMOSA” fica no Município de Arroio Grande, na zona sul do Estado do Rio Grande do Sul

 

Sesmaria Concedida pelo Marques de Alegrete ao Comendador

Em 1817 o Marquês do Alegrete concedeu ao Comendador Faustino Corrêa uma sesmaria medindo 1 légua de frente (6.600m); 3 léguas de fundo (19.800m). A sesmaria possuía as seguintes confrontações: Campos sitos no rincão de Canudos, entre o rio (Canal) São Gonçalo, que fica a noroeste, e o arroio denominado da Estiva, que fica a sudeste, o qual, nascendo da Lagoa Mirim, que fica a sudoeste dos referidos campos, vai ter ao São Gonçalo, formando um ângulo, onde fazem fundos, ao nordeste. Dos campos desta sesmaria, em 1830, tivemos a origem do que hoje é a Vila de Santa Isabel, Distrito de Arroio Grande. Então, “CANUDOS”, no que se refere acima, era o nome da localidade “Passo dos Canudos” (hoje, Santa Isabel). Já a Lagoa Formosa, que também, fica bem próxima de Santa Isabel, foi outra localidade de Arroio Grande que concentrou grandes propriedades rurais no início e ao longo do século XIX. Inclusive, tive informação da existência, por volta de 1871, de uma propriedade assobradada, cujos campos teriam pertencido ao Comendador.

 

Este trecho abaixo, eu retirei da  ATA N.°1 DA CÂMARA MUNICIPAL DA VILA DE SANTA ISABEL, DE 1887. nela consta as localidades que me refiro, inclusive aparecendo o amigo Manoel Moreira Calçada, citado pelo Comendador em seu testamento:

1887 – 07 de janeiro – Por efeito da Emancipação da Vila de Santa Isabel, foram feitos os lançamentos e registros de prédios e terrenos pertencentes a esta Vila. Entre os registros estava:

-         Uma casa, localizada na Lagoa Formosa, de propriedade de Faustino Corrêa;

-         Estância do Liscano, na localidade do Liscano, de propriedade do falecido Jacintho Antonio Lopes;

-         Um sobrado, no local denominado “Paraízo” (no atual município de Pedro Osório), de propriedade do Barão de Correntes (Felisberto Inácio da Cunha);

Um sobrado, na Lagoa Formosa, de propriedade de Manoel Moreira Calçada.

 

Trecho do testamento do Comendador:

Deixo a meu compadre e amigo Manoel Moreira Calçada o usufructo por vinte e cinco annos de meia legua de campo na costa do Rio São Gonçalo, no lugar denominado Lagoa Formoza, com uma olaria de tijolo e outra de cal, benfeitorias nellas existentes e uma pedreira de cal, ficando o usufructuário encarregado de mandar construir uma casa de tijolo que principiará da Xarqueada que foi do Jacintho Antonio Lopes até a olaria de tijolo.(...)

 

 

Fonte:    Nosso colaborador Lizandro Araújo.

 

 

Rio Grande do Sul
De um Século ao Outro
(1900-2000)

 

Introdução

Logo após a decretação do Estado Novo, em dez de novembro de 1937, presenciou-se num estádio do Rio de Janeiro um singular espetáculo propagandístico. O próprio Getúlio Vargas em pessoa, perante uma arquibancada lotada e atenta, imbuída de fervor cívico, presidiu a chamada cerimônia da queima das bandeiras. As flâmulas estaduais eram, uma a uma, incineradas numa grande pira erguida em meio a pista do estádio. Cada pano colorido devorado pelas chamas, que supunham estar a queimar a serviço de uma pátria unida, colhia os aplausos da multidão. Doravante nenhuma parte da federação teria mais a sua bandeira. Apenas a do Brasil imperaria. Só o chefe da nação, o presidente Getúlio Vargas, mandaria. Afinal, na prática, também não existia mais a federação, pois cada estado estava em mãos de um interventor e cada município a mando de um intendente.

Por instância dos representantes do Rio Grande do Sul, presentes no espetáculo pírico, encaminhou-se ao ditador o pedido para que a bandeira do nosso estado, a tricolor herança dos farroupilhas, não sofresse o destino das demais. Getúlio Vargas poupou-a. Mas não salvou-se a nossa história regional. Ela foi-se dos livros, banida dos manuais escolares.

Desconhecendo a nossa história: liquidado o Estado Novo em 1945, um jovem estudante do interior do estado, recém-matriculado no Colégio Júlio de Castilhos, resolveu conhecer a cidade. Os nomes das ruas pelas quais passou porém nada lhe diziam. Quem seriam Protásio Alves, Ramiro Barcelos, Barros Cassal, Assis Brasil ou Demétrio Ribeiro? Ou esse tal de João Abott? Osvaldo Aranha ele conhecia, mas Borges de Medeiros e o próprio Júlio de Castilhos nada lhe diziam. Muito menos Carlos Barbosa ou Siqueira Campos. Sentia-se andar por uma cidade cujas placas de ruas e praças abrigavam fantasmas de um mundo nunca sabido.

O Estado Novo suprimira-os da memória. Senão conseguira removê-los das placas, expurgou-os dos manuais escolares. A história do nosso estado, das nossas coisas, do nosso povo, ficou ausente dos bancos colegiais, desconhecida por milhares de jovens que passaram a saber dela pelo "ouvi dizer", ou pela narrativa de um parente idoso qualquer.

A nova reconcentração do poder, a feita pelos militares em 1964, repetiu a dose. Segui-se com eles a época do "Brasil grande", do ufanismo nacionalista. Nada de história rio-grandense, nem de vultos locais.

Esquecendo-se de Castilhos: de certa forma Júlio de Castilhos - "o homem que inventou a ditadura no Brasil", segundo Décio Freitas - caiu no esquecimento dos gaúchos na maior parte do século, vítima de si mesmo, da sua ideologia, por ter inoculado em Getúlio Vargas, seu mais expressivo herdeiro, e nos militares, seus autoritários sucessores em 1964, o seu viés centralista, exclusivista, doutrinário, desprezador das particularidades locais. Mas é com ele, com Júlio de Castilhos, que seguramente começa a história do nosso século XX.

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/index_brasil.htm

 

 

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